Estadão
Depois de deixar o Rio sob protestos de cerca de 100
profissionais da educação, a seleção brasileira chegou a Teresópolis (RJ), onde fica concentrado visando aCopa do Mundo, no final da manhã
desta segunda-feira, em meio ao mesmo clima de manifestações por parte de um
grupo insatisfeito com os gastos públicos feitos pelo governo para realização o
Mundial.
A manifestação se formou na rua Flavio Bortoluzzi de
Souza, no caminho que ônibus com jogadores do time nacional passou em sua ida
até a Granja Comary, e contou com a participação de 100 pessoas, entre
professores, advogados e estudantes, além de membros da sociedade civil e de
partidos políticos de esquerda.
De uma forma geral,
eles estão inconformados com os altos gastos implementados pelo governo para o
Mundial, enquanto o Brasil sofre com educação e hospitais de qualidade ruim. Um
dos líderes da manifestação, Gerardo Santiago, de 54 anos, destacou que acha um
disparate o governo gastar cerca de R$ 30 bilhões com a Copa e ao mesmo tempo
defender que últimos quatro anos foram investidos aproximadamente R$ 650
bilhões em saúde e educação no País.
"O governo
está vendendo essa história de que investe muito mais em educação, mas não dá
para comparar porque saúde e educação são permanentes e a Copa é um evento que
dura um mês", afirmou Santiago, destacando também que uma das coisas que
mais o deixa inconformado é o fato de que o Brasil virou um "território
Fifa", se referindo ao fato de que o governo está fazendo tudo o que a
entidade quer para a realização da Copa, em uma espécie de "estado de
exceção a favor" do organismo.
Santiago afirmou
que resolveu aderir de vez ao movimento contra a realização da Copa após Joseph
Blatter, presidente da Fifa, ter dito em uma entrevista que "se o
brasileiro quisesse melhorar de vida, que fosse trabalhar".
Também presente na
manifestação desta segunda-feira, o estudante Samaroni Romanovisky R. B. Gomes,
de 19 anos, vai prestar vestibular para o curso de História e foi outro que
exibiu grande insatisfação com os gastos do governo com a Copa. "Se o
governo pegasse R$ 30 bilhões que está investindo na Copa e investisse R$ 1
bilhão em cada hospital, mas para investimento em melhorias nos hospitais, não
em custeio, nós não teríamos povo na fila, gente em maca, gente caída no chão
de hospitais", apontou.
Mas, se por um lado
a seleção brasileira voltou a conviver com protestos de torcedores nesta
segunda-feira, por outro na entrada de Teresópolis foram vistos vários cartazes
de boas-vindas ao time nacional à cidade, assim como várias bandeiras do Brasil
e pessoas vestindo camisas amarelas.
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